É impressionante.
Como o meu mundo externo muda, quando eu mudo a minha percepção sobre mim mesma.
É impressionante…
Como cada lugar novo que eu vou me mostra novas partes de mim - partes que eu amo, partes que eu não queria ver, partes que algum dia eu aprendi a rejeitar sobre o meu ser.
Eu fico impressionada mesmo. Depois de tanto trabalho interno, ainda existem partes de mim que ficam inseguras em novas situações? Ainda existem partes que se comparam com os outros e querem provar o seu valor? Ainda existe aquela parte que acredita na ilusão de ser inferior?
Eu só observo… quando essas partes que me tiram do meu poder aparecem pra me dizer: você não é boa o suficiente.
Eu sei que as partes de nós que não reconhecem a verdade sobre quem somos - e tentam obter esse reconhecimento dos outros - só querem uma coisa: a nossa atenção, o nosso amor e a nossa compreensão.
E foi quando eu comecei a me aprofundar nesse trabalho de partes (que se chama internal family systems), eu descobri que quando eu paro de julgar como erradas essas vozes que dizem que tem algo de errado comigo, elas me libertam.
Esse tem sido o processo que eu tenho feito. Vou compartilhar pra você que me lê e quer experimentar (por favor experimente e veja a sua vida se transformar):
Então vamos lá. Vamos imaginar que eu conheci alguém que de alguma forma despertou esse gatilho em mim. O gatilho que ativa a parte de mim que não se acha boa o suficiente.
Por algum motivo que eu ainda não descobri, Bali atrai uma comunidade global de pessoas talentosas, bonitas (e gostosas), criativas, conscientes, inteligentes e bem sucedidas nos seus propósitos. Muitas pessoas. Todos os dias eu encontro pessoas que estão vivendo - o que aparenta ser - a sua melhor versão.
E por mais que tenha uma parte de mim que reconhece que eu sou uma ser-humana bonita, legal, interessante e bem sucedida nos meus projetos tem outra parte que se compara e se sente insegura.
Eu percebi que eu me sinto confiante onde as pessoas já me conhecem. Eu me sinto confiante no Brasil. Eu me sinto confiante em Nova Iorque. Eu me sinto confiante em Portugal, na Turquia, em Israel. Lugares onde eu passei mais de 3 meses e onde tenho amigos que me conhecem. Aí é fácil.
Mas quando eu vou pra um novo lugar, onde ninguém me conhece, eu percebo a insegurança chegar. Assim como toda vez que eu quero criar algo novo - que eu nunca criei ainda - a insegurança bate na minha porta.
Minha primeira reação é resistir a insegurança.
Minha mente diz algo assim: ok eu estou percebendo que você está se sentindo insegura. Para com isso. Todos somos um. Ninguém é superior ou inferior a ninguém. Para de fritar. Seja você mesma. Não acredito que você está tentando provar o seu valor falando sobre o que você já fez. Não acredito que você está se sentindo insegura pra compartilhar sua arte aqui. PARA COM ISSO CAROLINA VOLTA PRO SEU CENTRO.
E aí o que normalmente acontece é que a parte de mim que se sente insegura se sente julgada por mim mesma - e fica ainda mais insegura.
(risos).
O que me ajudou, foi essa dinâmica de escrita criativa + uma meditação de auto-hipnose que eu criei (pra quem não sabe eu também sou hipnoterapeuta clínica). Essa dinâmica de escrita criativa é parecida com a dinâmica que eu escrevo aqui todas as semanas, com a minha consciência amorosa.
Então vamos lá:
Passo 1: Conecte-se com a sua consciência amorosa. A parte de você que pensa o que o amor pensaria, fala o que o amor falaria e faz o que o amor faria. Você pode acessar ela com uma música , acendendo uma vela, fechando seus olhos, colocando a mão no seu coração e imaginando: o que a consciência mais amorosa que eu posso acessar agora me daria como conselho nesse momento? Sinta essa energia invadindo seu corpo e seu coração.
Passo 2: Agora de um lugar de compaixão, conecte-se com a parte do seu ser que está insegura, se sentindo insuficiente, se comparando com os outros. Pergunte para ela essas 3 perguntas. Imagine o que ela te responderia:
a) Olá meu amor. Eu te vejo. Eu estou aqui pra te escutar. Tudo bem estar se sentindo insegura agora. Me conte, por que você está se diminuindo? Qual é a sua função? Você quer me proteger de algo?
b) Do que você está com medo? O que de negativo poderia acontecer se você relaxasse e deixasse a nossa parte confiante asumir o volante agora?
c) O que você precisa de mim para que você se sinta segura agora? (é nesse momento que as nossas partes 'sombrias’ revelam tesouros de informações sobre o que realmente precisamos)
A minha insegurança respondeu:
a) Eu não me sinto reconhecida por essa pessoa. Eu não me sinto segura pra ser eu mesma. Parece que ela está agindo com superioridade. Eu prefiro me diminuir, não incomodar e não me conectar de um lugar autentico, pra te proteger de ser rejeitada.
b) Eu tenho medo de duas coisas. Se você expressar toda a sua confiança e a sua verdade e se sentir livre, você pode ser percebida como 'too much' e incomode. É melhor não brilhar demais com esse tipo de gente, elas não querem que ninguém brilhe mais do que elas. Ou pior ainda - essa pessoa pode gostar de você agora, e vocês vão acabar se conectando e aí em algum momento no futuro quando você achar que vocês são amigas, ela vai te tratar com indiferença. E daí sim vai doer muito. Como aconteceu na sua pré-adolescência, lembra?
PS: Nesse momento que eu percebi que eu precisava fazer uma meditação de auto-hipnose pra integrar essa parte de mim da adolescência. Resumindo a história: Quando mudei de colégio com 12 anos eu era a criança nerd que veio de uma escola construtivista chamada Sarapiquá (motivo de piada), que tirava notas altas + que se vestia esquisito (eu gostava de me vestir diferente mesmo) + que era a única ruiva da escola. Esses eram os motivos de eu ser alvo de bullying, justamente pelos pré-adolescentes mais populares da escola. Você deve saber como pré-adolescentes inseguros podem ser cruéis uns com os outros. Essa meditação me ajudou a perceber essa narrativa de uma forma diferente e isso mudou tudo <3
c) Eu preciso que você esteja conectada com o seu corpo e com o que você se sente. E respeite isso acima de tudo. Não importa o que você vê ou escuta do lado de fora. Quando você estiver se sentindo desconfortável, ou sentindo que você precisa provar o seu valor, ou sentindo que você precisa ser diferente do que você é pra ser aceita, talvez aquele não seja o lugar pra você, nem o grupo de pessoas pra você.
As vezes você atrai pessoas que vão repetir dinâmicas tóxicas de relacionamento da sua infância e adolescência, porque essas partes do passado querem resolver o trauma (o trauma de ter se sentido rejeitada) e finalmente ser aceita pelas crianças e adolescentes ‘populares’. As vezes essas dinâmicas estão acontecendo só dentro da sua cabeça, mas aquilo que você pensa é o que você percebe do lado de fora.
Você não precisa disso. Você já viu que você atrai pessoas incríveis que reconhecem a sua essência. E tudo é tão fácil com essas pessoas, com quem você se sente livre pra ser você mesma. Seja SEMPRE você mesma. Não tente impressionar ninguém. Não tente provar o seu valor. As pessoas que te amarem como você é, são a sua família de alma. As que não reconhecem o seu valor, não são a sua família de alma e não ressoam com a sua verdade. E nesse caso - é você quem deveria escolher não se relacionar com elas.
Por último: eu preciso que você reconheça o seu valor. Se olhe no espelho, Carolina. Olhe tudo o que você já criou. Olhe a beleza do seu coração. Olhe a preciosidade da sua alma, da sua energia, do amor que você coloca em tudo o que cria. Quantas pessoas você já ajudou e inspirou. Só falta você se reconhecer. Eu preciso que você se reconheça. Faça uma carta com 10 coisas que você reconhece sobre o seu ser e o seu valor. Comece com: eu me amo, me reconheço e me valorizo por… Leia essa carta todos os dias por 21 dias.
A magia que tem acontecido depois que eu comecei a fazer esse exercício de escrita criativa e a meditação - que eu vou compartilhar com vocês essa semana pelo canal do templo criativo no instagram - é impressionante.
E tem sido impressionante testemunhar as lindas conexões que eu tenho feito
desde o momento que eu comecei a sentir no peito
a aceitação e o reconhecimento
que eu ainda buscava fora
(e estavam dentro).
Com amor,
Carol Cor
"o que está dentro é como o que está fora" Olhe pra natureza pra se lembrar da beleza e da magia que você é agora.
impressionante como a leitura traz várias sensações, como ressoa forte!
Obrigada, és inspiração <3
Como sempre, um bálsamo. Te amo!